Racional&empírico
“Se pudéssemos então traduzir filosoficamente o duplo movimento que atualmente anima o pensamento científico, aperceber-nos-íamos de que a alternância do a priori e do a posteriori é obrigatória, que o empirismo e o racionalismo estão ligados, no pensamento científico, por um estranho laço, tão forte como o que une o prazer à dor. Com efeito, um deles triunfa dando razão ao outro: o empirismo precisa ser compreendido; o racionalismo precisa de ser aplicado.” (BACHELARD, p. 11, 2009).
sexta-feira, 2 de agosto de 2019
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015
Apresentação
Em uma escala de objetividade de uma atividade para a
outra, auxiliada por uma matemática discursiva em contraponto, “de uma lei
formulada em uma matemática vaga, que satisfaz a pouca necessidade de rigor das
mentes sem nitidez”, (Bachelard, 2013, p. 279). Assim deixando de lado o
discurso que ouvimos muitas vezes de que a ciência é difícil e “que as ciências
se especializam. Mas, quanto mais difícil é uma obra, mas educativa ela será.
Quanto mais uma ciência é especial, mais concentração espiritual ela exige”,
(Bachelard, 2013, p. 309).
Trata-se de um alinhamento com a ciência praticada de
forma moderna, com um arrebatamento conforme pensamos de exigência e
necessidade matemática. “Ele aspira a uma maior matematização, a funções
matemáticas mais complexas e mais numerosas”, (Bachelard, 2009, p. 37). Nesse
contexto de uma física que se constrói com números, não há lugar para um ensino
que se dê ao desfrute de atender o conforto de mentes que se recusam a
abstração, com reclamações de uma ciência difícil.
Com toda essa manipulação de entidades da física,
utilizando o cálculo como elemento articulador entre o racional e o empírico,
este experimentado nos aparelhos tecnológicos, presumimos que os estudantes à
medida que ganharem confiança nas estruturas matemáticas que utilizaremos,
assim como entendido nas manufaturas dos experimentos criados no aparelho
tecnológico, adquira uma cultura de experimentação de “especulador complexo”
(Hacking, 2012). Despertar “– e sobretudo manter – um interesse vital pela
pesquisa desinteressada não é o primeiro dever do educador, em qualquer estágio
de formação?” (Bachelard, 2013, p. 12). Que seja um dos traços do especulador
complexo a busca de uma coerência compreensiva, utilizando do pensamento físico
– matemático.
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